Tenho um sério problema com prequels, principalmente aqueles que prometem humanizar ou mostrar um herói mais inexperiente. Afinal, como representar esse “retrocesso” nas mecânicas sem que isso prejudique a jogabilidade? Foram vários os jogos que fizeram essa promessa, mas poucos realmente cumpriram.
Era por isso que eu estava tão receoso quanto ao novo Batman: Arkham Origins. Todas as descrições e informações liberadas até aqui indicavam que teríamos um Homem-Morcego mais jovem agindo da mesma forma como vimos em Arkham City. E aqui na E3 2013 eu pude confirmar meus medos.
O mesmo herói, novas artimanhas
A demonstração disponível no estande da Warner é a mesma liberada para alguns veículos internacionais há alguns meses, ou seja, não há nenhuma novidade realmente grandiosa sendo apresentada por aqui. No entanto, como a demo é jogável, ela permite que tenhamos um pouco mais de noção do que será a jogabilidade.
E como há muito tempo já se imaginava, Arkham Origins é basicamente Arkham City com pequenas mudanças. Temos um mapa maior, alguns gadgets inéditos e outros recursos melhorados, mas, de forma geral, ele ainda é o mesmo jogo. Quem se aventurou pela cidade-prisão certamente vai reconhecer praticamente todas as mecânicas e perceber que há pouquíssimas novidades entre os dois títulos.
Isso não chega a ser algo ruim, já que o novo estúdio está nivelando por cima e se inspirando na qualidade de seu antecessor para fazer com que Arkham Origins agrade ao público. No entanto, levando em consideração que a proposta é mostrar um Batman mais inexperiente, isso deixa a desejar pelo simples fato de isso não ter sido mostrado. Você não sente que está controlando um herói em início de carreira.
Seja nos combates ou na forma com que ele resolve seus problemas, Bruce Wayne parece tudo menos inexperiente. Seus golpes são basicamente os mesmos, a agilidade está lá e até mesmo a tecnologia que ele usa é mais avançada do que aquela que ele terá disponível no futuro. Então, onde encontramos esse Cavaleiro das Trevas jovem e em formação?
A única coisa próxima disso que vimos é a forma com que ele se porta diante de criminosos. Batman está muito mais brutal, pendurando capangas no alto de gárgulas ou ameaçando bandidos para obter informações que precisa. Perguntei ao diretor de jogabilidade, Michael McIntyre, se poderíamos esperar algum sinal de renovação no gameplay e ele confirmou que a única maneira de vermos essa característica será na história.
Essa ideia é reforçada pelo próprio produtor associado da Warner Montreal, Guillaume Voghel, que diz ter o estúdio se preocupou em trazer uma mecânica mais próxima dos Arkham originais. “A fórmula dos jogos anteriores deu muito certo e não quisemos mudar isso. Com Arkham Origins, procuramos manter os antigos acertos e criar uma experiência familiar para o jogador”, conta.
Voghel ainda explica que essa jovialidade do herói também vai trazer novos movimentos durante os combates. “Pode esperar ataques acrobáticos como aqueles que apresentamos no trailer”, detalha o produtor relembrando os golpes performáticos dados pelo Homem-Morcego em sua luta contra o Exterminador.
E por mais que o gameplay não tenha mudado tanto, isso não significa que ela não tenha trazido algumas mudanças. A maior delas ficou na reformulação do Detective Mode, que ganhou um sistema de simulação que recria a cena do crime para que você reveja o que aconteceu. “Batman é um dos maiores detetives dos quadrinhos e quisemos trazer essa capacidade de dedução para o jogo”, explica Voghel se referindo à cena em que o herói descobre como o vilão Pistoleiro derrubou um helicóptero com um único tiro.
Por fim, o produtor comenta que outros elementos dos quadrinhos também aparecerão no jogo. “Trouxemos referências das HQs não só do Batman, mas de toda a DC Comics”, detalha Voghel. “No primeiro trailer, os fãs repararam nas caixas das Organizações Queen, do Arqueiro Verde, e adoraram. Queremos mais ligações desse tipo”. No entanto, ele não quis dizer se essas aparições serão meramente referências ou se teremos uma participação mais efetiva na campanha – o que deixa a possibilidade no ar.
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