sexta-feira, 14 de junho de 2013

E3 2013: um autêntico Tom Clancy para escancarar nossa fragilidade

Você pode até não gostar, mas não há como negar que Tom Clancy sabe como construir uma trama complexa e envolvente do começo ao fim. Não é à toa que seus livros serviram de inspiração para vários jogos que, apesar de abordarem questões bastante diferentes, mostram uma narrativa bem característica e elementos muito envolventes.
E com The Division não foi diferente. Anunciado pela Ubisoft durante sua conferência na E3 2013 para consoles da próxima geração, o game explora tudo aquilo que já é tão característico na obra do autor para nos apresentar um mundo em colapso, mas foge completamente dos temas governamentais ou de espionagem. Aqui, o problema não são grandes corporações ou ameaças internacionais, mas nossa própria noção de civilidade, que começa a se desfazer ao menor sinal de caos. Afinal, o que você faria para proteger o que restou?
Um castelo de cartas
A revelação de The Division empolgou muita gente por conta da forma como ela foi feita. Logo de início, somos contextualizados sobre os acontecimentos que levaram a humanidade àquele ponto. Um vírus misterioso que se espalhou entre a população com uma velocidade absurda deu início a uma sequência de fatos que só complicaram a situação e fizeram com que toda a estrutura de nossa sociedade ruísse em questão de dias.
Como boa parte da obra de Tom Clancy, o jogo parte dessa crítica ao nosso modo de viver – somos tão dependentes de nosso complexo sistema, suas leis e sua comodidade que qualquer distúrbio leva à desordem – para nos apresentar uma jogabilidade dinâmica e repleta de ação.
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Por mais que o jogo estivesse presente no estande a Ubisoft, não se engane: todas as novidades apresentadas pela empresa durante o evento foram aquelas exibidas durante sua conferência no último dia 10. Mas na falta da possibilidade de testarmos essas novas funcionalidades, conversamos com alguns dos desenvolvedores para saber o que esperar do título.
De acordo com game designer de The Division, Mathias Karlsson, o principal destaque do jogo é aproveitar o potencial da nova geração para criar uma experiência nova. “Quisemos trazer algo diferente daquilo que o público espera de um jogo do Tom Clancy. Pensamos em RPG de mundo aberto e totalmente focado em suas características online”, explica.
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Essa última característica já é bem clara durante a demonstração apresentada pela Ubisoft Massive. Vemos um grupo explorando uma cidade totalmente devastada enquanto se protegem do ataque de outras facções. “The Division foi desenvolvido já pensando em questões multiplayer, focando na cooperação entre jogadores”.
O mundo amplo e vasto é outra novidade que chamou muito a atenção. Graças ao potencial dos consoles de nova geração, o jogo consegue unir um visual estonteante com um cenário imenso e repleto de coisas para serem vistas. “Queremos que as pessoas explorem esse local para tentar descobrir o que aconteceu ou saber como determinado ponto ficou após a quarentena e os distúrbios. Queremos que elas sintam o caos”, detalha Karlsson enquanto mostra carros abandonados em meio a ruas vazias.
Novas armas para velhos problemas
E como não poderia deixar de ser, temos os momentos de ação. Em determinado ponto da trama, o jogador e seu grupo se depara com outra facção e um tiroteio tem início. Dessa vez, no entanto, as coisas soam bem familiares para os fãs de jogos de ação.
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“Mesmo tendo uma ambientação totalmente diferente, The Division ainda tem o DNA de Tom Clancy”, conta o game designer. “Controlamos uma pessoa normal e não um super-humano”. E se poderes ou habilidades fora do comum estão fora de cogitação, compensamos isso com tecnologia.
Como pôde ser visto no gameplay exibido pela Ubisoft, os personagens possuem alguns acessórios high-tech que podem ajudar tanto na visualização do mapa – que é projetado no chão, criando um efeito muito legal – quanto durante sua exploração. Mas é durante os confrontos que eles mais ajudam.
Por mais que a jogabilidade de The Division não seja nada fora do comum – ele é um shooter como tantos outros –, a integração do jogo com dispositivos móveis promete trazer mecânicas novas ao título. A Ubisoft apostou bastante na conectividade de seus games com tablets nesta E3 e o novo Tom Clancy é um exemplo disso.
A qualquer pessoa o jogador pode sacar o aparelho para adicionar um drone ao jogo principal. Controlado pela touchscreen, ele tem uma visibilidade maior do que acontece em terra e pode ajudar bastante no resultado de um conflito, seja oferecendo vantagens aos aliados ou disparando contra os inimigos.

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